terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sons que confortam

     
     Eram quatro horas da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os três em casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de doze anos. Chamaram o médico da família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que o garoto escutou um barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: "Nunca na vida ouvira um som mais lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de outono empilhadas junto ao meio-fio".
     Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro do médico se aproximando, o homem que salvaria seu pai. Na mesma hora em que li esse relato, imaginei um sem-número de sons que nos confortam. A começar pelo choro na sala de parto. Seu filho nasceu. E o mais aliviante para pais que possuem filhos baladeiros: o barulho da chave abrindo a fechadura da porta. Seu filho voltou.
     E pode parecer mórbido para uns, masoquismo para outros, mas há quem mate a saudade assim: ouvindo pela enésima vez o recado na secretária eletrônica de alguém que já morreu.
     Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no auto-falante do aerporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o embarque será feito dentro de poucos minutos.
     O sinal, dentro do teatro, avisando que as luses serão apagadas e o espetáculo irá começar.
     O telefone tocando exatamente no horário que se espera, conforme o combinado. Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda, se for grande a ansiedade para se falar com alguém distante.
     O barulho da chuva forte no meio da madrugada, quando você está no quentinho da sua cama.
     Uma conversa em outro idioma na mesa ao lado da sua, provocando a falsa sensação de que você está viajando, de férias em algum lugar estrangeiro. E estando em algum lugar estrangeiro, ouvir o seu idioma natal sendo falado por alguém que passou, fazendo você lembrar que o mundo não é tão vasto assim.
     O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado. Ou mesmo a chegada da pizza.
     O aviso sonoro de que entrou um torpedo no seu celular.
     A sirene da fébrica anunciando o fim de mais um dia de trabalho.
     O sinal da hora do recreio.
     A música que você mais gosta tocando no rádio do carro. Aumente o volume.
     O aplauso depois que você, nervoso, falou em público para dezenas de desconhecidos.
     O primeiro eu te amo dito por quem você também começou a amar.
     E o mais raro e sublime de todos: o silêncio absoluto.
Martha Medeiros
(do livro "feliz por nada")

Melancolia

 
     Melancolia, como diria Mário Quintana, é a maneira romântica de ficar triste. É a tristeza de certa forma idealizada pelos grandes olhos vazios e submersos em lágrimas.
     A melancolia acontece na solidão de nós mesmos, por debaixo de nossos roupões de banho, sentada na soleira da porta e com uma caneca de leite quente nas mãos. Enquanto fitamos o nada, lágrimas lentamente percorrem o contorno de nossos rostos pra depois regarem o chão.
    Ficar melancólilo é aceitar a tristeza que nos coube naquele momento, e talvez seja a melhor forma de tristeza para aqueles que vivem sempre alegres, simplesmente porque eles nunca foram sempre alegres. E a melancolia é fácil de ser camuflada além de ser silenciosa... E não atrapalhar a alegria dos outros.
     Camilla N.  

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Irmãos

   
      Desculpem-me os filhos únicos, mas não tem coisa melhor que ser contemplado com um irmão. Melhor ainda é quando você ganha quatro, todas mulheres capazes de entender suas neuras, e dentre essas quatro vem uma pequenina de brinde, quando ninguém estava esperando e que você passa a considerá-la além de irmã, uma filha.
      Irmão é bom de todo jeito, pequeno, grande, homem, mulher, lesado ou inteligente, até mesmo porque ninguém escolhe o irmão que tem e é isso que faz toda a diferença. Porque são todos diferentes. Um pode não gostar do estilo que temos enquanto o outro adora pegar nossas roupas emprestado. Um gosta de suco de laranja, o outro não. Um gosta de bolo de milho, o outro não aguenta nem sentir o cheiro. E uns se zangam por coisas que a gente não se zangaria... e começam as famosas brigas entre irmãos. Famosas por acabarem rapído; não se guarda recentimentos depois de uma discursão desse tipo.
       Pois, os irmãos se amam, embora às vezes queiram demontrar o contrário, mas na realidade seriam capazes de enfrentar qualquer um pra defender seus maninhos, pois irmãos acima de tudo são amigos de todas as horas e de qualquer ocasião, levantando-se e dando força nas dificuldades. Enquanto alguns amigos se distânciam por uma circunstância ou outra, os irmãos permanecem do nosso lado, inabaláveis.
       Irmãos são dádivas divina e isso fica ainda mais evidente quando você os ganha não por meio do útero da sua mãe, mas por meio do destino, simplesmente porque seus pais estavam na hora certa e no lugar exato. Então você se vê com uma casa ainda mais cheia com pessoas que nem sequer tem o mesmo DNA que o seu e mesmo assim são seus irmãos, irmãos do peito, irmãos de alma, irmãos de coração.
       É aí que você percebe que ser irmão é muito mais que ser gerado no mesmo útero e ter o mesmo material genético. Irmão é quem te faz companhia quando seus pais tem que sair, é quem é cúmplice das suas traquinagens, é quem divide com você os seus problemas, é quem te ajuda a fazer brigadeiro de panela, é quem te ajuda a escolher o melhor caminho, é quem perdoa as suas mancadas, é quem te ama acima de tudo, e quem sabe te fazer feliz.
Camilla N.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

fotografia

   
     Há muitos e muitos anos alguém teve a brilhante idéia de retratar fatos, pessoas, histórias, reis, anônimos, sentimentos e afins, assim surgiram os quadros. Obras de todos os tamanhos, estilos e pontos de vista.
      O tempo passou, mas a vontade de retratar momentos bons e ruins da existência continuou.
      A arte pode ser interpretada como o diário da alma em que a tristeza, alegria, decepção ou angústia se faz transparecer nos contornos do pincél.
       Veio a tecnologia e tornou tudo mais prático, basta uma câmera fotográfica na mão que depois de um click deixa tudo fotografado, materializado, imortalizado.
       E então, as fotos tiradas podem garantir boas risadas no futuro, podem fazer fluir algumas lágrimas ou fazer você vagar  em um passado que não volta mais e que ao mesmo tempo está bem nas suas mãos.
       O problema da fotografia é que precisa de uma câmera pra que possa ser tirada, e nem sempre temos uma camêra a nossa disposição pra fotografarmos os melhores momentos da nossa vida. E é por isso que temos a memória, muito mais potente que os 4gb que temos na câmera fotográfica, e que é capaz de reproduzir movimentos sons e, o melhor de tudo, as sensações.
        Tá certo que ela falha algumas vezes, mas é pra isso que temos as fotografias, pra fazê-la pegar no tranco. Só tome cuidado pra não esquecer daquilo que realmente importa, mesmo que não tenha fotografias pra lembrar-lo.
Camilla N.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Futuro romântico

   
     Às vezes me pego imaginando como estarei vivendo daqui a uns dez anos ou mais. Fecho os olhos e começo a vagar por um imenso universo de incertezas.
     Será se já terei terminado o curso que pretendo fazer? Será se esse será mesmo o curso que estarei cursando? Terei um trabalho satisfatório? Serei uma profissional respeitada? Terei meu próprio carro? Ou será que terei que andar de bicicleta por causa do aquecimento global? Será se me importarei com o meio ambiente? Até lá já terei encontrado meu príncipe encantado e me casado com ele? Terei meus filhos tão desejados? Será que terei minha lua de mel em Paris? Como serão as visitas à casa dos meus pais?
      Tantos sonhos, objetivos e ilusões pensadas e idealizadas no campo das idéias. Mas... E se nada disso acontecer? Se minhas idéias românticas não se concretizarem? Ficarei triste? Desapontada? Desistirei da vida? Claro que não, há tempos fui informada que o futuro é incerto demais pra merecer planos.
      Não faria nenhum sentido eu ficar acorrentada a coisas que poderiam acontecer ou não, eram sonhos, histórias fictícias criadas em um universo paralelo onde tudo é possível. E quando o futuro chegar, devemos ser inteligentes e aceitá-lo do jeito que ele vier, seja trazendo todos os nossos desejos consigo ou não. 
       A vida é muito incerta e daqui a dez anos devemos estar gratos por estarmos vivos e termos superado tanta coisa que aconteceu e que está por vir. Se não cursou o curso que sempre quis, se não deu pra comprar um carro, se o principe encantado não tiver chegado, se os filhos ainda não vieram e a lua de mel não foi em Paris... Qual o problema? Os anos passam, o mundo muda, você muda, os desejos podem não ser mais os mesmos, os objetivos podem não ter sido alcançados, mas, o que não adianta é querer viver uma vida que só acontece em romances e que você inventou em sua adolescência.
       Ficar feliz com aquilo que te foi concebido é que dá sentido à vida. E que faz o futuro valer a pena!

Camilla N.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia das crianças

    
     Amanhã é dia das crianças. Nada mais justo do que ter um dia só pra elas,  que são o futuro da nação e os semeadores de alegria pela humanidade. As crianças precisam mesmo ser homenageadas por sua sinceridade e inocência, singeleza e simplicidade.
     Esses anjinhos na terra, embora algumas vezes nos tirem do sério, são os responsáveis por o mundo não ter entrado em colapso ainda, porque qualquer tristeza e ódio são dissipados quando se vê o sorriso de uma criança.
      Elas sabem cuidar de nós, sabem quando não estamos bem. - Não chora mamãe. E já está tocando o rosto da mãe para enxugar suas lágrimas. 
     Elas sabem ser gentis e oferecem água e comida para as visitas que recebe em casa.
     Elas tem suas fragilidades e não as esconde, chora porque está com vontade e nao se intimida pelo que os outros vão achar.
     Elas tem amigos verdadeiros e sabe cultivá-los.
     Elas se deixam admirar pelas coisas simples da vida e riem descontroladamente daquilo que acham graça, por mais bobo que pareça para os outros.
     Elas sabem sorrir como poucos adultos conseguem, elas ainda tem em si a felicidade pura e verdadeira, e gostaria muito que nunca a perdessem, porque a infância é a fase da vida onde não há preocupações e contas pra pagar, provas pra fazer e notas pra recuperar.
     Por isso, felizes os adultos que ainda conseguem voltar a ser crianças. E pra esses felizardos, desejo também um feliz dia das crianças!
Camilla N.
uma eterna criança

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Carta ao leitor

     Queridos leitores, passei aqui pra informar porque meu blog está tão abandonado ultimamente. O motivo é simples: os defeitos da tecnologia, que por sinal é uma ótima fonte de conhecimento, de lazer, de diversão e um ótimo meio de comunicação... Quando funciona normalmente.
     A minha internet há exatamente dois meses decidiu me abandonar e até agora nunca voltou. Portanto tive a consideração de aproveitar essa internet emprestada para comunicar-lhes o fato.
     Devo consolar-lhes dizendo que vocês não estão perdendo muito coisa,visto que estou altamente improdutiva esses dias. Sem inspiração e sem acontecimentos interessantes para relatar.
     Voltarei assim que a internet ficar de bem comigo de novo e decidir voltar pra casa.

Com carinho,
Camilla N.

sábado, 2 de julho de 2011

Poema


Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou consolo
Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim
De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás
Cazuza

terça-feira, 28 de junho de 2011

Mais um dia daqueles

   
 Hoje foi mais um dia daqueles, onde nada parece dar certo e se tem a impressão de o mundo estar girando ao contrário. 
    Pra começar não assisti a aula que pretendia assistir, tive que esperar minhas irmãs um bom tempo, cheguei em casa com as pernas doendo, Bianca me ligou quando eu estava no meio de um cochilo, comecei a espirrar, acho que agora to gripada e senti febre.
     Fui levar umas camisetas na costureira e ela não tava lá, fui tomar a vacina no posto de saúde, andei a beça com o sol forte na cabeça, espirrando pra tudo quanto é canto, e não tinha a vacina, parei na farmácia já quase morrendo, mas tinha um homem tentando colocar credito no celular e a mulher não acertava o número, foi a maior enrola. 
     Voltei pra casa cansada, zangada e triste, mas aí, quando tava chegando um garotinho pequenininho de um sorriso maior que ele apareceu na janela e disse: " Ei, ei, ei", eu me virei pra ele e respondi: "Oi, oi, oi". Ele me presenteou com um sorriso infantil e naquele momento o meu dia fez sentido!
 Camilla N.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

à avó aniversariante!

     
     Já não bastasse ser em grande parte responsável por eu estar aqui agora escrevendo esse texto, minha avó sempre fez questão de estar presente na minha vida, na de todos que estão ao seu redor e na de quem está longe dela. Sempre recebeu a todos com a maior alegria e com o bolo "à voador" na mesa, eu mesma me esbaldava no bolo à voador com café que é o único que tem o gostinho do cuidado de vó Valquíria.
      Uma grande mulher de pequena estatura que na sua alegria até se confunde no meio dos seus netos, com um coração enorme que mal cabe no peito e onde cabe todo mundo, nunca a vi brigar com ninguém e mesmo assim nunca deixou de ensinar. Criou com carinho e sabedoria todos os seus filhos, pulou obstáculos como um atleta de dois metros de altura, fez-se gigante quando teve que ser.
       Sempre fez de tudo pra agradar, e sempre conseguiu. Muito religiosa, quando vai à igreja com Lalá parecem duas mocinhas andando alegres e rindo alto de vez em quando. Gosta das plantas e foi com ela que aprendi sobre as rosas. Conta histórias e até algumas piadas, ri de si mesma, sabe levar a vida e sabe deixar-se levar.
      Hoje, completa mais um ano, está na flor da idade e ainda parece uma criança. Uma criança com uma dúzia de netos, filhos, vários amigos ao seu redor e maturidade suficiente para ser feliz.
      Parabéns vó! Espero que um pouquinho de mim também esteja aí com vocês hoje, espero que nessa breve carta tenha conseguido demonstrar o quanto te amo. Sei que palavras não são suficientes pra relatar tudo o que vivi ao seu lado e tudo que você fez por todos nós, mas é com grande empenho que uso essas palavras pra em nome de todos os seus netos te desejar um feliz aniversário! 
Camilla N.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um sorriso estúpido

      Meu professor disse certa vez que o sorriso é abundante na boca dos estúpidos. Essa frase afetou-me profundamente, a partir de então descobri que sou completamente estúpida. E sabe o que mais? Descobri que gosto de ser assim.
      Gosto de rir abundantemente, estupidamente. Porque a vida já é séria demais pra ser levada tão a sério. O que seria da sala de aula sem que pudéssemos rir do professor, rir de nós mesmos por errarmos uma questão tão óbvia? O que seria do grupo de amigas sem piadas pra contar? O que seria da vida sem um pouco de diversão?
      Sorrir, gargalhar, se divertir sempre deixa os dias mais leves, mais fáceis de serem vividos. Quem sorri estimula o cérebro a liberar endorfina e serotonina, substâncias responsáveis pela sensação de prazer e felicidade. Essas substâncias proporcionam uma sensação de leveza e bem-estar, além de ativarem o sistema imunológico. Prevenindo, principalmente, doenças ocasionadas por elevado grau de estresse.
       Deve ser por isso que os adultos são tão zangados e estressados e têm rugas na testa, eles desaprenderam a sorrir verdadeiramente. O máximo que dão são sorrisos apressados e silenciosos. As crianças não. Elas sorriem com o coração, fazendo o som ecoar pela boca em tons estridentes e contagiantes.
       Em meio a tudo o que venho observando e depois do que meu professor disse, concluí que sou uma criança estúpida, sorrindo de tudo, me alegrando com o nascer de uma borboleta, com o nascer do sol, com o anoitecer, com uma música, com uma nota alta! Sou uma criança estúpida de sorriso estridente e verdadeiro que ecoa desde o meu coração até sair em altos decibéis pela minhas cordas vocais. Eu gosto de ser assim! Sorrindo do que acho graça eu consigo esquecer um pouco a seriedade da vida!
Camilla N.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Eu preciso de você





Cansado, vejo a vida passar
Meu lugar ao sol, já cansei de esperar
O tempo, faz promessas e eu vou
Ando a toa eu sei pois me falta você
Por que, todo mundo precisa de alguém?
E eu preciso é de você.
Para comigo andar e para me entender
Eu preciso é de você
Pra continuar e tentar não me perder
Entenda, é preciso saber
Sem motivação, é difícil viver
A vida me ensinou a querer
Um motivo só e eu vou lhe dizer
Por que, todo mundo precisa de alguém?
E eu preciso é de você.
Para comigo andar e para me entender
Eu preciso é de você
Pra continuar e tentar não me perder
Por que, todo mundo precisa de alguém?
E eu preciso é de você.
Para comigo andar e para me entender
Eu preciso é de você
Pra continuar e tentar não me perder
Eu só aceito a condição de ter você
Para comigo andar e para me entender...
(Validuaté)
achado em: mundo cor de brisa

quarta-feira, 8 de junho de 2011
































  Moulin Rouge <3

Achado em: Carpe diem                                     

terça-feira, 7 de junho de 2011

Pra falar de amor

   
    Pra falar de amor não é necessário muitas palavras, muitas vezes não é necessário palavra alguma. Um jantar à luz de velas preparado de surpresa pode significar muito mais que horas de sussurros ao pé do ouvido.
    Pra falar de amor pode-se usar qualquer linguagem desde a mais ancestral: "ounti, bilu bilu da mamãe", até a mais culta: "dar-te-ei meu coração por inteiro". Não importa se o "eu te amo" for em inglês, japonês ou italiano, contanto que não seja dito da boca pra fora.
     Pra falar de amor basta um olhar penetrante, um sorriso desconcertante, uma piscadela cúmplice. Basta um rosa vermelha nas mãos, uma caixa de bombons pra dividir, um passeio inesperado no parque, um beijo estalado. Basta não falar nada e ficar horas abraçados assistindo um bom filme, ou simplesmente abraçados vendo o tempo passar sem nenhuma preocupação iminente.
      Pra falar de amor não precisa ser dia dos namorados, aliás nem precisa de namorado. Dá pra falar de amor consigo mesma sentindo seu coração se remexer todo dentro do peito, sentindo borboletas no estômago. O amor é democrático permite que os analfabetos e letrados falem nele, sem nenhum preconceito, sem discriminação, porque esse sentimento é para todos e todos precisamos falar de amor.

Camilla N.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ciclos

     
     Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.
     Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Fernando Pessoa

Sacudindo a poeira


Em 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos era adotada pela ONU, fazendo com que todos os cidadãos se tornassem iguais perante a lei. A partir de então todos teriam direito a vida e nasceriam livres. Direitos e deveres que nos encaminhavam rumo à paz mundial.
         Sessenta e três anos se passaram e o cheiro de guerra e de sangue continua no ar. A utopia da paz mundial continua uma utopia, às vezes ainda mais distante do que era no século XX.
         Pessoas ainda são discriminadas pela raça, sexo e religião que têm, a escravidão ainda existe, pessoas lutam por terras onde possam viver dignamente e continuamos a trancar nossas portas com cadeados e a colocar grades nas janelas.
Não era pra ser diferente? De acordo com os trinta artigos que constam na Declaração não podemos ser discriminados, não podemos ser escravizados ou torturados, temos direito à propriedade, temos o direito de andar sem medo nas ruas, de dormir tranqüilos em casa. Somos livres, temos liberdade de pensamento e expressão. Mas ninguém levanta a voz, preferem deixar a declaração empoeirar-se na estante.
Anos mais tarde, no dia 13 de julho de 1990 foi criado o estatuto da criança e do adolescente, que hoje tem o mesmo fim. O abandono numa estante enferrujada. Deve ser por isso que inúmeros casos de pedofilia e maus tratos às crianças são relatados todos os dias nos jornais.
As crianças e os adolescentes são o futuro da humanidade, a única esperança, a geração em formação. Só parece meio paradoxo dizer tudo isso quando a própria humanidade enche-os de traumas e medos, assim eles não podem escrever um novo fim pra a humanidade sendo que não conseguem nem recomeçar suas histórias.
De nada valeu o trabalho das pessoas que tão sonhadoramente redigiram a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Estatuto da Criança e do Adolescente? Talvez algumas pessoas festejaram nesses anos, pode ser que tenham gritado que eram livres, finalmente. E depois? A memória humana é curta, as pessoas se esquecem até do lugar que colocaram os óculos, ficam atordoados procurando onde eles podem estar e quando levam as mãos à cabeça lá estão eles, em cima de seus narizes empinados. Não conseguem enxergar o que está diante dos seus olhos. Pra que iriam se importar com papéis velhos?
Porém, eles deveriam colocar os óculos e abaixar os narizes, olhar pra os papéis velhos e perceber que ali pode estar a solução pra a guerra no mundo, ou pelo menos a solução para as discussões dentro de casa, ou no seu bairro, ou na cidade, ou no país. Por que não? Somos livres pra sonhar, não somos? Somos livres pra ir contra o senso comum e nadar contra a corrente. Podemos ser diferentes e respeitar uns aos outros, amar mutuamente e fazer desse um mundo melhor.
É clichê, eu sei. Você escuta isso todos os dias, mas por que não coloca em prática? Tire esses artigos da estante, sacuda a poeira deles, sacuda a poeira de você, e seja diferente nesse mundo onde as pessoas parecem fazer questão de serem todas iguais.
Camilla N.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Querida alma gêmea,
   
  Venho questionando-me sobre a sua existência, já que isso tudo é tão incerto, todos dizem que somos anjos de uma asa só que procuram o anjo com a outra asa que possa nos completar, e que todos temos a metade da nossa laranja, a tampa da nossa panela, etc e tal, mas nem todo mundo encontra-te.
  Porém, não seria muito mais fácil se nós nos apresentássemos logo de uma vez e acabar com essa espera ridícula e esses desvaneios? Você me pouparia de 'paixonites' frustradas, e eu poderia completá-lo. Seríamos felizes para sempre e a felicidade duraria muito mais, já que não perderíamos tempo namorando um ou outro. Seria tudo perfeito.
  Mas, você insiste em se esconder. Diga-me ao menos onde você está. Em que cidade você mora?! Às vezes você me parece tão distante, penso até que mora no Japão, ou em alguma ilha do Pacífico. Tão longe que chega a ser inatingível.
   Embora acredite que um dia nos encontraremos no estacionamento, no hospital, ou na fila do supermercado, não aguento mais viver quebrando e colando o meu coração enquanto você não chega. 
  Lembre-se de me dar um oi quando passar por mim no shopping, de se aproximar de mansinho, podemos virar amigos ou simplesmente ir direto ao ponto e vivermos felizes para sempre. Você poderia até aparecer agora com uma rosa na mão e colar os cacos do meu coraçãozinho...
  Hm, mas isso já é pedir demais!

Com amor,
A tampa da sua panela.

Camilla N.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Bicho-papão versus Amigos

    Um belo dia você se machuca, você cai de moto ou de uma árvore, de algum jeito você se machuca e o dia passa a não ser mais tão belo. A ferida foi feia, você profere "ais" escandalosos e doídos, os olhos ficam um pouco marejados, você agarra sua perna como se aquilo fosse um jeito de camuflar a dor. Durante algum tempo essa é a cena que as pessoas a sua volta verão.
    Seus amigos, vão tentar te acalmar, trarão água pra conter os soluços, te abraçarão, dirão que vai ficar tudo bem e te oferecerão merthiolate e finalmente a ferida vai começar a cicatrizar. Ela vai continuar marcando sua perna, mas não dói como antes e você já conseguirá andar normalmente.
    O problema é que sempre haverá os malvados, os bichos-papões, as bruxas que tocarão na ferida recém- coagulada. Eles pegarão a sua perna sem nenhuma dó, e vagarosamente vão descascando a ferida, arrancam as bordas, e você se segura ao máximo pra não deixar seus olhos transparecerem o quanto dói. E o bicho-papão vai continuar descascando a ferida até chegar ao local onde o coágulo se prende mais firmemente ao músculo, e quando a capinha da sua ferida estiver presa, apenas, a essa fino cordão de pele, que é a parte que mais dói, o malvado vai arrancar com a maior brutalidade, e nesse mesmo momento uma lágrima também se desprenderá do olhar.
    É nessas horas que você vê o bicho-papão que você tanto temia quando criança materializado na sua frente com toda a monstruosidade e agressividade que lhe foram atribuídas. E a ferida volta a latejar,volta a incomodar, e você começa a mancar de novo! 
     Acontece que depois disso, os mesmos amigos que te ajudaram quando você caiu, vão te ajudar mais uma vez, e dirão que vai ficar tudo bem... E ficará mesmo, porque o bicho-papão sempre se esconde debaixo da cama e só poderá causar grandes prejuízos se não tiver o merthiolate dos seus amigos por perto!
Camilla N.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Despedida

      Despedir-se é sempre muito triste. Meu ponto fraco é despedida. Minutos antes de pegar um ônibus, ou algum meio de transporte que será responsável por te afastar de alguém, até acho que estou forte e que não ficarei tão triste. Mas, basta começarem os abraços de despedida para aquele nó incômodo aparecer na garganta, e lágrimas queimarem a face.
     E enquanto estou habitando a infinita highway que me levará para quilômetros de distância de pessoas queridas, momentos nostálgicos são recordados. Depois passa! Mas, passa só a tristeza da despedida... A saudade permanece, e ficará ali até quando você finalmente matá-la com outro abraço.
     Porém, um abraço muito mais feliz do que aquele de despedida!
Camilla N.

terça-feira, 19 de abril de 2011

De janeiro a janeiro

Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar, me deixam no ar
As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar
Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar
As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer, que eu não posso chorar

Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A conseqüência do destino é o amor, pra sempre vou te amar
Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar
Nando Reis

Homens dizem “eu te amo” primeiro

    Na semana passada, a gente contou por aqui que, segundo cientistas americanos (e desafiando o senso comum), os homens são mais românticos do que as mulheres. Teve, como sempre, quem achasse a descoberta um tanto suspeita. Mas olha só: eis que apareceu um outro estudo para bater nessa tecla mais um pouquinho.
  Confirmando e completando a tal constatação sobre todo o romantismo masculino, mais pesquisadores dos EUA, associados a um lá de Cingapura, observaram que, “embora pensemos que as mulheres são as primeiras a confessar o amor”, quando estão em um relacionamento sério, eles tendem a dizer “eu te amo” antes delas.
   E tem mais: de acordo com os caras, que fizeram uma série de testes com cerca de 700 pessoas (de 18 a 69 anos), os homens ficam mais felizes e emocionados do que as mulheres quando ouvem um “eu te amo” vindo do outro lado.
  Se você já teve um relacionamento sério, poderá refletir melhor sobre o assunto, eu,como nunca me aventurei nesses imprevistos do amor, darei apenas a opinião superficial que tenho sobre os fatos. 
   As mulheres, indiscutívelmente, desde os primórdios da humanidade , sempre foram mais racionais que os homens, e aí está o "x" da questão, o amor não é nem um pouco racional! O fato de ser romântico, dizer besteirinhas ao pé do ouvido e se acabar de rir, fazer coisas que antes você achava totalmente imbecil é fruto dessa irracionalidade do amor!
  As mulheres que têm a maior taxa de racionalidade demoram um pouco mais pra se aventurar em um relacionamento mais intenso. Homens por sua vez, levam um relacionamento a sério com muito mais facilidade (isso se eles estiverem mesmo apaixonados), e por isso demonstram seu amor muito mais fervorosamente e dizem "eu te amo" mais cedo. 
    Depois de ouvir tal frase é que a mulher vai pensar em dizer "eu te amo" também!
Camilla N.
(esses últimos parágrafos são apenas opiniões de  uma inexperiente, não vale pra todo mundo, 
então, se você é mulher, não esite em falar eu te amo primeiro!  )
http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/homens-dizem-eu-te-amo-primeiro/

quarta-feira, 13 de abril de 2011

atemporalidade instintiva

    
      Na teoria, somos a espécie mais inteligente, os únicos seres pensantes do planeta, evoluídos de ancestrais desprovidos de tal capacidade cerebral. Isso deve provar que o instinto fala mais alto que a razão. Os africanos matam por comida, muitas vezes não se importando se a pessoa morta era um tio ou um primo. Os estadunidenses mantém seu habitat sempre limpo, mas não tardam em sujar outros países com poeira de uma rosa negra. Os brasileiros carregam consigo a esperteza dos primatas, daqueles que não pensam duas vezes em subir no ombro do companheiro para arrancar a banana da árvore. Só tem uma inovação, um dos companheiros ficará com uma parte maior da banana. Afinal, somos um povo que gosta de levar vantagem.
      Com o jeitinho brasileiro conseguimos contornar uma situação e colocá-la a nosso favor, sempre com muita sutileza, para que nenhum conterrâneo perceba e coloque a situação a favor dele.
     O brasileiro não quer que ninguém saia prejudicado, apenas quer que ele não se prejudique. Quando alguém morre no trânsito não foi por causa de um jeitinho que se deu, e sim culpa da incapacidade humana de entender que o sinal amarelo significa desacelerar e não meter o pé no acelerador pra passar antes que o próximo sinal feche.
     Tem uma história que diz que todas as pessoas da cidade foram convidadas para uma festa, e os convidados deveriam levar vinho que seria servido a todos, porém um deles, achando que sua contribuição não faria falta levou água ao invés de vinho, mas todos os outros pensaram da mesma forma e na festa só tinha água. Tenho certeza de que os convidados não eram brasileiros porque se fossem pegariam a água e fariam suco de uva.
      Então, seja esperto. Não conte todas as estratégias para que no fim possa dar o "pulo do gato" e lembre-se: deixar que os outros sempre subam nas suas costas pode ser a confirmação de que também ficará com a menor parte da banana.
Camilla N.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Talvez não precisemos mudar o ângulo e virar de ponta cabeça! 
Precisamos apenas agir, e fazer o que podemos fazer de melhor.
"O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade." 
Albert Eintein
Tenho pensado bastante em começar a ver a vida de ponta cabeça! 
Porque do jeito que estou vendo não parece ser o melhor ângulo! 
Camilla N.

A idiotice é vital para a felicidade

   Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse.
   Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente é ele, pobre dele! Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e ponto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselhos para tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?
   Hahahaha. Alguem que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm porque se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? espero que não. Tudo o que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura, piora se for densa. Dura, densa e bem ruim.
   Brincar é legal. Entendeu? esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteiras, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.          Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.
    Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Alias, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? "a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios, por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche".
Arnaldo Jabor

sábado, 26 de março de 2011

Espíritos evoluídos

Há alguns anos, nas olimpíadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental, alinharam-se para a largada da corrida de 100 metros rasos.
Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.
Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar.
Os outros ouviram o choro, diminuíram o passo e olharam para trás..
Então viraram e voltaram.
Todos eles.
Uma das meninas com Síndrome de Down ajoelhou, deu um
beijo no garoto e disse:
- Pronto, agora vai sarar!
E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada.
O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos…
Talvez os atletas fossem deficientes mentais ….
Mas com certeza, não eram deficientes espirituais …
‘Isso porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir os nossos passos …’
“Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso.
O sucesso é conseqüência’
Albert Einstein.

quinta-feira, 24 de março de 2011

whaterver

    Eu sou livre pra ser tudo o que eu quiser, tudo o que eu escolher. Livre pra dizer tudo o que penso, tudo o que gosto. Livre pra estar onde eu quiser estar.
    Usemos nossa liberdade, pra fazer a diferença. Ainda há uma chance.
    Vamos construir portas em meio aos muros e colocar tapetes de "sejam bem vindos", vamos presentear com bombons crianças de rua, levá-las para um lugar seguro. Vamos dizer mais "eu te amo".
    Enquanto uma pessoa está usando drogas tem outra sendo reabilitada, enquanto uma passa fome outra é alimentada, enquanto uma morre outra chora seu primeiro choro. Enquanto uma guerra começa amigos fazem as pazes. 
    Somos livres pra fazer a diferença em meio ao caos, existe uma esperança, uma nova geração está sendo constituída.
     Que não nos importemos com as pessoas que dizem que não podemos mudar o mundo. Você sozinho talvez não consiga, mas se desistir algumas pessoas, do outro lado do planeta, ficarão sem auxílio.     
     Em meio à escuridão uma luz se ascende, e finalmente conseguimos enxergar que, faça o que quiser, diga o que quiser, eu sei que isso é o certo e é isso que deve ser feito.
     Juntos transformaremos esse mundo em um verdadeiro "wonderful world".
Camilla N.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Viva!

     Qual é a coisa mais importante na vida? 
     Os pais provavelmente dirão que são seus filhos, as crianças poderiam responder que o mais importante são seus pais, ou as suas bonecas.
     Digo-lhes porém, que se essa mesma pergunta fosse feita aos pais de um país assolado pela fome, a resposta provavelmente seria comida. Para as crianças que estivessem passando frio, a coisa mais importante seria um abrigo. Pra quem tiver triste e sozinho, a resposta seria a companhia de alguém e uma dose de felicidade.
     Assim que essas necessidades se satisfazem, outros desejos tomam seu lugar e passam a ser a coisa mais importante na vida. É um ciclo continuo, sacia-se uma vontade e adquire-se outra, que é satisfeita e substituída e assim até não ter mais o que querer.
     Contudo, acho que a coisa mais importante da vida, preste atenção, da vida, não do momento, é simplesmente viver. Viver intensamente, as coisas boas e ruins. Aproveitando as coisas boas e dando nova moldura às ruins.
       É sentir muita fome, e se alegrar ao encontrar comida. Sentir frio e confortar-se ao receber agasalho. Sentir-se só e dar valor ao reencontro. 
      Viver não seria tão importante se não tivesse os outros desejos momentâneos para que pudéssemos satisfazer. E viver não teria o mesmo valor se não tivéssemos a certeza de que um dia morreremos. E ao lembrarmos que um dia desapareceremos do mapa, descobrimos que viver é a coisa mais importante na vida!
      Vale à pena viver, mesmo que seja pra dizer que não vale à pena!
Camilla   N.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Moon

    Nesse fim de semana a lua se mostrou maior para seus admiradores fanáticos. Sou dessas que gostam de admirar a lua, pra ficar pensando em nada, me contentando apenas em observá-la. Mas perdi esse acontecimento extraordinário da natureza que acontecem poucas vezes na vida. 
     Não tive a chance de fechar um dos olhos, colocar o polegar arqueado em direção a lua pra ver se ela passaria dos limite do meu dedo.
  Provavelmente essa lua fora o presente perfeito para algum casal de namorados que completavam algum tempo de união, ou a convidada de honra mais bonita de um lual à beira da praia, fonte de inspiração para pensamentos melancólicos ou simplesmente o motivo de agitação para um grupo de adolescentes.
   Eu, porém, não vi a tal lua inspiradora, não contemplei o seu estado grandioso e singularmente belo, não arqueei o polegar em sua direção, não tive pensamentos melancólicos ao observá-la, simplesmente porque não a observei.
  Isso poderia acarretar certa tristeza à minha condição de amante lunar, ainda mais porque não sei quando a lua voltará grandiosa... 
    Porém, não estou triste, pois a lua que vejo todos os dias é suficiente pra me fazer lembrar que enquanto estiver noite, sempre haverá a sua luz pra iluminar a escuridão, não importa de que tamanho ela seja.
Camilla N.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Amadurecer

    Faz parte do cronograma físico crescer. E do cronograma da vida, amadurecer. Crescer é simples, não precisamos pensar pra crescer, basta comer e dormir. Pra amadurecer, no entanto, temos que pensar, que refletir... E a partir de então desvendamos tudo o que era obscuro dentro de nós. Vem o passado e mostra que as nossas certezas não eram tão certas assim. Adeus amiga de infância, que até ontem era eterna. Adeus cheiro de comida depois do colégio. Adeus carro do papai que nos levava pra a escola!
     Então, quando você se depara com tantas mudanças, percebe que cresceu e amadureceu, que você não é mais a mesma, que chorava por tudo, que sempre levava desaforo pra casa e não sabia resolver muita coisa. Mas agora, você tem roupa pra lavar, cronograma pra seguir, matérias pra estudar, coisas pra fazer. E tudo depende só de você, seus pais não estão mais por perto, é só você e seus fantasmas em uma casa que não é a sua.
      Aí o instinto de justiça se aguça, tem-se a sensação de sempre ter um pouco de culpa, que poderia ter feito melhor e poderia ser diferente. Acredite, isso não é peso na consciência, são apenas os efeitos do amadurecer.
      Amadurecer, é não estar mais verde, é ter algum sabor, uma essência, um objetivo, é se desprender do galho e explorar a terra firme. 
Camilla N.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Definitivo


Definitivo, como tudo o que é simples. 

Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. 
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. 
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. 
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!! 
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade. 
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...


Carlos Drummond de Andrade