quarta-feira, 13 de abril de 2011

atemporalidade instintiva

    
      Na teoria, somos a espécie mais inteligente, os únicos seres pensantes do planeta, evoluídos de ancestrais desprovidos de tal capacidade cerebral. Isso deve provar que o instinto fala mais alto que a razão. Os africanos matam por comida, muitas vezes não se importando se a pessoa morta era um tio ou um primo. Os estadunidenses mantém seu habitat sempre limpo, mas não tardam em sujar outros países com poeira de uma rosa negra. Os brasileiros carregam consigo a esperteza dos primatas, daqueles que não pensam duas vezes em subir no ombro do companheiro para arrancar a banana da árvore. Só tem uma inovação, um dos companheiros ficará com uma parte maior da banana. Afinal, somos um povo que gosta de levar vantagem.
      Com o jeitinho brasileiro conseguimos contornar uma situação e colocá-la a nosso favor, sempre com muita sutileza, para que nenhum conterrâneo perceba e coloque a situação a favor dele.
     O brasileiro não quer que ninguém saia prejudicado, apenas quer que ele não se prejudique. Quando alguém morre no trânsito não foi por causa de um jeitinho que se deu, e sim culpa da incapacidade humana de entender que o sinal amarelo significa desacelerar e não meter o pé no acelerador pra passar antes que o próximo sinal feche.
     Tem uma história que diz que todas as pessoas da cidade foram convidadas para uma festa, e os convidados deveriam levar vinho que seria servido a todos, porém um deles, achando que sua contribuição não faria falta levou água ao invés de vinho, mas todos os outros pensaram da mesma forma e na festa só tinha água. Tenho certeza de que os convidados não eram brasileiros porque se fossem pegariam a água e fariam suco de uva.
      Então, seja esperto. Não conte todas as estratégias para que no fim possa dar o "pulo do gato" e lembre-se: deixar que os outros sempre subam nas suas costas pode ser a confirmação de que também ficará com a menor parte da banana.
Camilla N.

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