A bela jovem de cabelo loiro preso delicadamente em um coque meio desalinhado, vestindo seu longo e deslumbrante vestido de festa está sentada em uma mesa onde sua única companhia são três cadeiras vazias. Seus dedos percorrem suavemente os contornos da enorme taça de vidro cheia de refrigerante posta a sua frente.
As pessoas a sua volta parecem estar se divertindo muito, casais dançam agarrados um ao outro no meio do salão, risadas podem ser ouvidas, e se, além dela, tiver alguém sentado sozinho em uma mesa ou é porque está tomando o ultimo gole de sua cerveja pra voltar a dançar ou é porque parou pra arrumar o sapato. Todos estão alheios à decepção que ronda a mesa do canto do salão.
A menina de cabelo loiro e vestido deslumbrante, perdida em pensamentos se pergunta onde ele estaria naquele momento. Pode ser que o pai dele ficou doente e ele teve que levá-lo ao hospital, ou talvez fosse ele quem estava doente ou, a pior de todas as hipóteses, ele achou melhor procurar outra garota pra se divertir e a essa hora ele provavelmente estaria na porta da casa de alguém mais bonita e interessante. Maldita a hora que ela o encontrou e maldito coração que resolveu bater mais forte justamente nesse instante.
Mas, seus pensamentos se dissipam quando na porta do salão surge o rapaz mais lindo que já vira em seus poucos anos de vida e seu coração começa a disparar novamente.
O cabelo dele está penteado pra trás e algumas mechas estão fora do seu devido lugar, o smoking que está usando contorna perfeitamente suas curvas másculas e em uma das mãos, encostada um pouco acima da barriga, está uma rosa...
Uma rosa que mancha de vermelho vivo a camisa perfeitamente branca de quem a carrega. Uma única rosa, pendida sobre o peito, solitária, assim como a moça que a admira. Uma rosa vermelha que provavelmente fora arrancada com muito cuidado do seu buquê original.
O rapaz se aproxima e a rosa não está mais junto a seu peito mas, estendida a uma palma de distância da garota solitária. Ela pega a rosa com carinho, sente a textura macia de suas pétalas e seu perfume suave, por fim deixa-a sobre a mesa. Pega a mão do rapaz e este a conduz para o centro do salão onde se juntam aos outros casais apaixonados.
A rosa, por sua vez, vai murchando sorridente. Orgulhosa por ter feito alguém feliz.
Camilla N.
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