
Há alguns anos meu pai banhava em um rio exuberante cujas águas cobriam-lhe todo o corpo. Hoje, menos de três décadas depois, as águas do mesmo rio não passam muito das canelas e não raramente trazem latinhas de refrigerante consigo.
Provavelmente, esse rio secará e ficaremos com menos uma porcentagem de água doce no planeta.
Não sei se meus filhos terão seus oito copos de água diários. Coca-cola não mata a sede e perfume não lava o corpo. Mas, prefiro ser otimista, posso me decepcionar, mas gosto de acreditar que meus filhos sobreviverão a insanidade humana e a revolta da natureza. Porém, por mais otimista que queira ser não consigo acreditar que meus bisnetos vão sobreviver.
Tento imaginar também que as pessoas finalmente olharão os folhetos que são entregues nas ruas e ouvirão os anúncios nos jornais televisivos. E que os carros nas portas das casas terão um balde ao seu lado para que possam ser lavados. Os pais ensinarão seus filhos a fecharem a torneira enquanto escova os dentes. Mas sempre, em minhas ilusões, aparece um ou outro que não se importa com o futuro da humanidade e arranca o sorriso dos meus lábios.
Eu tento, mas as imagens que vem a tona no meu pensamento não são nada animadoras. Será que voltaremos a ser uma grande bola de fogo? Não sei. Talvez seja só a minha imaginação.
Camilla N.
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