Quando era pequena achava que as borboletas tinham apenas um dia de vida, tava até criando uma tese para explicar tamanha ironia do destino, a tese era: “Já que as borboletas eram lagartas, viveram muito tempo antes da metamorfose e generosamente Deus concebeu a elas o direito de voar no seu último dia de vida”.
Hoje vi uma borboleta, era linda com aquelas asas perfeitamente simétricas e em toda a sua infinidade de cores. Tentei lembrar a última vez que vi uma borboleta, nem que fosse daquelas amarelinhas, não lembrando, contentei-me em ficar admirando aquela que estava diante dos meus olhos e de vez em quando pairava sobre minha cabeça, se mostrando vaidosa por sua beleza e graciosidade.
Sumiu de repente, foi ser admirada por outros olhos e naquele instante toda a poeticidade que via na vida das borboletas voltou, refez-se...
Agradeci por elas não terem apenas um dia de vida.
Camilla N.